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Folias de Reis

 

 

De origem portuguesa, a Folia de Reis é uma Festa católica ligada à comemoração do Natal, comemorada desde o século XIX. Segundo a lenda, quando Jesus nasceu, três reis magos foram visitá-lo, levando presentes.
Essa data, fixada em 6 de janeiro, passou a ter grande importância em países de origem latina, especialmente os que a cultura é de origem espanhola. Em alguns lugares esta comemoração se tornou mais importante até que o próprio Natal. Em Muqui, no Espírito Santo por exemplo, acontece desde 1950 o maior encontro nacional de folia de reis, reunindo cerca de 90 grupos de foliões do de regiões como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, organizado pela Secretaria Municipal de Cultura.

Cidades brasileiras como o Rio de Janeiro, realizam folias até o dia 20 de janeiro, dia de São Sebastião, padroeiro do estado. Em outros estados a comemoração acontece com frequência em cidades do interior. Grupos de foliões visitam as casas que os acolhem e fazem doações , cantando e tocando músicas de louvor a Jesus e aos Santos Reis , em volta do presépio, com muita alegria.

Os instrumentos utilizados normalmente são a viola caipira, o acordeom ou sanfona,  a gaita, o reco-reco e a flauta. Liderados pelo Capitão da Folia, seguem reverenciando a bandeira, carregada pelo bandeireiro. A bandeira carrega o símbolo da folia. Decorada com figuras que levam ao menino Jesus, feita geralmente de tecido, é enfeitada com fitas e flores de plástico, tecido ou papel, sempre costuradas ou presas com alfinete, nunca amarradas com nós cegos, para segundo a crença não “amarrar” os foliões ou atrapalhar a caminhada.

 

Ao chegar às casas que os recebem, a primeira a entrar é a bandeira, que fica hasteada e todos então cantam a canção de chegada. Em seguida acontecem as paradas para os almoços e jantares, oferecidos pelos donos das casas e que são agradecidos pelos foliões com modas de viola e danças como o cateretê e catira[...]

[...]Com versos improvisados de agradecimento pela acolhida, os demais, cada qual na sua voz e vez, repetem os versos acompanhados pelos seus instrumentos. Estes instrumentos são sempre enfeitados com fitas coloridas, cada cor representa um simbolismo, rosa, amarela e azul, podem representar Maria, a branca o Espírito Santo.

 

Na casa que recebe os foliões tem o festeiro, que é o responsável pela preparação da festa da chegada da bandeira. Ao sair os foliões então cantam a canção de despedida e agradecem os donativos e partem para outra casa que os receberão.

Este folclore nacional, embora um pouco desconhecido das grandes cidades tem grande significância no interior de grandes Estados. Algumas destas cidades são: Araraquara, Barretos, Bebedouro, Bom Jesus dos Perdões, Campinas, Franca e São José do Rio Preto, cuja região é berço de renomadas companhias como a centenária da cidade de Potirendaba, que promove uma das maiores festas da região.

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Fonte: http://www.infoescola.com/datas-comemorativas/folia-de-reis/

Elementos

 

 

O Altar
É o local de maior respeito, o mais sagrado, o mais relevante da folia, onde acontece a alvorada, a despedida, os cartórios, as ladainhas, pagamento de promessas etc.

 

A Bandeira
É o símbolo de um povo e traz em si os seus signos e significados, a bandeira é símbolo maior da folia. E para cada folia existe, apenas, uma bandeira.

 

A Coroa
Símbolo da realeza, os reis usavam uma coroa de ouro encrustada de pedras preciosas. A coroa de reis foi confeccionada em cobre e encrustada com miçangas e tem o mesmo significado de realeza, de grandiosidade, e fé e esperança em Cristo.</p>

O Alferes ou Festeiro
É a pessoa responsável para fazer acontecer a folia. Responsável pela bandeira, coroa e instrumentos, bem como pela organização dos pousos da folia; pela entrega da bandeira ao novo pretendente.É o festeiro de reis que leva a devoção, a palavra de Cristo de casa em casa como um peregrino.</p>

O Regente
Pessoa responsável pela organização dos foliões no giro e pouso da folia, no memento da comida, das ladainhas, das rezas, dos benditos, na chegada e despedida da bandeira. Os foliões que não atendem às suas obrigações podem até serem desligados da companhia.

 

O Mestre ou Embaixador
Sempre inicia os cânticos, é a posição mais importante do bando, pois ele é o responsável pelo andamento dos cantos, da colocação das vozes, é uma espécie de maestro, além de ser o que conhece a origem do grupo, o fundamento e a história da trajetória.
 

O Bastião ou Palhaço
Usando vestimentas colorida deve proteger o menino Jesus, sendo o seu jeito alegre e descontraído motivo de distração e divertimento dos assistentes.

Evangelho de Matheus

 

 

Os reis magos são personagens citados somente por Mateus (2,1-12), que visitam o menino Jesus, trazendo para eles presentes: ouro, incenso e mirra. O evangelista não diz quem são e nem o número, mas a tradição retém que eram 3 e deu a eles os nomes de Melquior, Baltasar e Gaspar. Esses nomes aparecem no Evangelho Apócrifo Armeno da Infância, do fim do século VI, no capítulo 5,10. O texto diz:

Um anjo do Senhor foi de pressa ao país dos persas para avisar aos reis magos e ordenar a eles de ir e adorar o menino que acabara de nascer. Estes, depois de ter caminhado durante nove meses, tendo por guia a estrela, chegaram à meta exatamente quando Maria tinha dado à luz. Precisa-se saber que, naquele tempo, o reino persiano dominava todos os reis do Oriente, por causa do seu poder e das suas vitórias. Os reis magos eram 3 irmãos: Melquior, que reinava sobre os persianos; Baltasar, que era rei dos indianos, e Gaspar, que dominava no país dos árabes.

Os três reis são chamados de “Magos” não porque fossem expertos na magia, mas porque tinham grande conhecimento da astrologia. De fato, entres os persas, se dizia “Mago” aqueles que os judeus chamavam “escribas”, os gregos “filósofos” e os latinos “sábios”.

De acordo com a narração de Mateus, os magos, quando chegaram em Jerusalém, primeiro de tudo, visitaram Herodes, o rei romano da Judéia, e perguntaram quem era o rei que tinha nascido, pois tinham visto aparecer a “sua estrela”. Herodes, claramente não conhecia a profecia do Antigo Testamento (Miquéias 5,1) e perguntou aos seus sábios sobre o lugar onde deveria nascer o Messias. Tendo sabido que o lugar era Belém, mandou-lhes àquela cidade, pedindo-lhes que referissem a ele o lugar exato onde encontrar o menino, para que “também ele pudesse adorá-lo”. Guiados pela estrela, os magos chegaram a Belém, que fica a cerca de 10 quilômetros de Jerusalém. Chegados diante do Menino, ofereceram-lhe, como presente, ouro, incenso e mirra. Tendo sido avisados, em sonho, para não dizer nada a Herodes, voltaram para suas terras por uma outra estrada. Tendo descoberto o engano, o rei Herodes mandou matar todas as crianças de Belém que tivessem menos de 2 anos[...].
[...]Os presentes que os magos trazem para o Menino têm um rico significado simbólico. O ouro é o metal precioso por excelência e simboliza a regalidade. O incenso, um perfume que se queima, é usado durante as celebrações rituais e venerações religiosas e é o símbolo da divindade. A mirra vem de uma planta medicinal que, misturada com óleo, era usada para fins medicinais, cosmédicos e religiosos e também para embalsamar os corpos, simbolizando o futuro sofrimento redentor de Cristo.

Outro elemento importante na narração sobre os magos é a estrela. Somente na Idade Média se falou em cometa, especialmente o pintor Giotto, em 1301, impressionado pela passagem naquele ano do cometa. Invés toda a iconografia precedente fala simplesmente de “estrela”. Há hipóteses modernas que identificam a estrela com a conjunção simultânea, que aconteceu no ano 7 antes de Cristo, na constelação dos Peixes. Apesar destas tentativas de explicação, a presença da estrela provavelmente entra também na perpectiva simbólica da narração. De fato representa um símbolo messiânico presente já no livro dos Números, quando o profeta Balaão do qual se diz que “um astro procedente de Jacó se torna chefe” (24,17). Recordemos também o texto de Isaías 9,1: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz, uma luz raiou para os que habitavam uma terra sombria.”.

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Fonte: http://www.abiblia.org/ver.php?id=1438&id_autor=2&id_utente=&caso=artigos#.UkmHP4akqQY

Tradições discursivas (Vivas)

 

 

DO TRONCO NASCEU A RAMA I

                                Do tronco nasceu a rama, da rama
                                nasceu a flor
                                Da flor nasceu a virgem
                                Da virgem o salvador
                               
                                Qualquer filho,
                                Qualquer filho de homem pobre
                                Nasce numa,
                                Nasce numa boa cama
                                Só tu ó,
                                Só tu ó, meu Deus Menino,
                                Nasceste,
                                Nasceste numa cabana

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(Canto de natal.  Recolha de Michel Giacometti realizada em Safara/Moura, Beja –Portugal no ano de 1968.)

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DO VARÃO NASCEU A VARA I

                                 Do varão nasceu a vara
                                 Da vara nasceu a flor,
                                 E da flor nasceu Maria
                                 De Maria o Redentor!
 
                                 Oh, que noite tão serena
                                 Cercada de resplendor;
                                 Nasceu da Virgem Maria
                                 Um ramalhete de flores.

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(Recolha de Fernando Lopes  -Graça, no Cancionero Português, 1953)

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DEUS VOS SALVE, CASA SANTA

                                 Deus vos salve, casa santa
                                 De Jesus acompanhada,
                                 Onde está o calix bento,
                                 Mais a óstia consagrada.
 
                                 Bemdito e louvado seja
                                 O santíssimo sacramento,
                                 Pois ele é o pão dos anjos
                                 E dos homens mantimento.
 
                                 Oh divino sacramento
                                 Aonde é que estaes agora?
                                 Aonde cantam os anjos
                                 E mais a nossa Senhora.

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(Recolhas de TEÓFILO BRAGA no Cancioneiro Popular do Arquipélago Açoriano, s/d)

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BENDITO DE SÃO SEBASTIÃO

                                 Ó grande Sebastião, Santo mártir glorioso
                                 Livrai-nos da peste, fome, guerra e o mal
                                 contagioso.
 
                                 Deus vos salve casa santa
                                 Onde Deus fez a morada,
                                 Onde está o calix bento,
                                 e a óstia consagrada.
                       
                                 Deus vos salve cruz bendita
                                 Onde Deus pôs a luz,
                                 Está c’os braços abertos p’ra remir-nos Bom
                                 Jesus.
                                 Ó Sebastião bendito </br> roga por mim, pecador,
                                 Para que dos meus pecados eu sinta profunda dor.
                        
                                 Ajoelha povo todo p’ra Jesus abençoar
                                 Vamos fazer penitência p’ra nossas almas salvar.
                                 Pecador agora é tempo de contrição e de amor
                                 Deixa o mundo e ama a Deus que não sejas pecador.

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(Recolha de Lucrécio A. Sá Júnior em Poço de José de Moura/PB, 2007)

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ORAÇÃO DA MANHÃ

                                 Nesta casa tem quatro cantos,
                                 Quatro anjo me acompanha
                                 São Lucas e São Mateus,
                                 Jesus Cristo, Senhor Nosso.
                                 Galo canta, Senhora adora
                                 Bendita seja a hora.
                                 Sai pela porta afora
                                 Acompanhado com Deus e Nossa Senhora.

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(Recolha de Van der Poel em Araçuaí/MG, 1977)

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SALVE, SALVE

                                 Da raiz nasceu a rama, da rama nasceu a flor,
                                  da flor nasceu Deus menino que é o nosso Cristo Redentor.
                                 Nós vem vindo do oriente e vamos indo pra Belém
                                 visitar Deus menino que a virgem Maria tem.
                                 
                                 Deus quando fez o mundo, fez o sol com a luz do dia,

                                 deixando os 12 apóstolos pra ensinar a profecia </br>
                                 Bendito louvado seja, menino Deus nascia,
                                 no ventre da virgem Maria 9 meses andou escondido.
                                 Quem são aqueles 3 cavaleiros que vêm vindo beirando o mar?
                                 É os 3 reis do oriente que menino Deus veio visitar.
                                 
                                 Salve o sol, salve a lua, salve a estrela da guia,
                                 salve Deus menino que é filho da virgem Maria.
                                 
                                 Viva Deus primeiramente! Viva os 3 reis do oriente!
                                 Viva todos que aqui estão! Viva a bonita união!
                                 Viva a bonita educação! E Viva todos os folião!

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Desconhecido

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